a vida não é brincadeira

uma cigana leu o meu destino e nele haviam duas opções,
eu escolhi a terceira.
veja que beleza é o destino,
saber o que vai acontecer e poder desfazer os nós.
o passado não vai me atrapalhar,
no presente vou caminhar porque o futuro eu quero alcançar.
nessa caminhada da vida, eu que vou surpreender.
dar uma volta no destino, pra ele não me prender.
fácil é se perder, difícil é dizer não.
renuncias e dedicação, vou me encontrar na concentração.
eu escolhi outro caminho, porfavor, me dê a mão.
eu não vou me perder não, sai pra lá tentação.
eu quero poder dizer que escolhi,
eu tenho esse direito, pelo poder transformador que há em mim.
vou conseguir mudar essa história!
vamos ver quem vai gritar vitória!
eu quero ver glória!
tsunami não vai chegar, vai se espalhar.
meu trilho não vai escapar, vai trem, a piar, a piar...
leve pluma, voaaa, avoaaa, me entoa!
desenevoa meu vôo, que dele, verei flores e cores.
sombras virão e se deciparão, com sopros de perseverança.
diante de ti, sabarei destinguir.

depende...

alimentação por migalhas: restos? petiscos?
recomeçar sempre: retrocessos? descobertas?

...do estado de espírito.

tudo errado

atos falhos
tudo ao contrario
multifacetado
permutações, separações, mistura de faces, fase

antônio quadros

"recebe puramente as emanações dos seres em tua volta,
e oferece-te a elas inteiro e nu como um sonho.
não recues porque o teu companheiro é mudo e surdo e cego,
não temas a angustia antes da dor e do prazer,
que as sensações são símbolos ainda por revelar...

reune num só frêmito o que não é teu,
porque o que julgas teu é o destino em ti.
assim, possui o que não te é dado sentir,
através dos seres que te rodeiam e te povoam,
que tudo está ligado e tudo é um caminho para tudo..."

david mourão ferreira

"no barco sem ninguem, anônimo e vazio,
ficamos nós os dois, parados, de mão dada...
como podem só dois governar um navio?
melhor é desistir e não fazermos nada!

sem um gesto sequer, de súbito esculpidos,
tornam-nos reais, e de madeira, à proa...
figuras de legenda... olhos vagos, perdidos...
por entre nossas mãos, o verde mar se escoa...

aparentes senhores de um barco abandonado,
nós olhamos, sem ver, a longíqua miragem...
aonde iremos ter? - com frutos e pecado, se justifica, embora, a secreta viagem!"

meu plano

quando você passa a enxergar vários planos, torna-se capaz de contar uma história.

en la ventana es así

todo el mundo sabe y nadie quiere saber más. 
reloj que retrasa también adelanta.
medicina para curar puede ser mortal. 
mi cuerpo está caliente y siento frío.
los muertos están vivos y los vivos están muertos.
tal vez sí y tal vez no. 
me perdí y ahora puede ser que me encuentre.
más allá de la vida y de la muerte.
no se te olvide,o sea, recuérdate.
mañana puede pasar cualquier cosa e incluso nada.
ni estoy totalmente de acuerdo, ni exactamente no estoy de acuerdo. 
encima del muro y debajo del toldo.

[na janela é melhor ultrapassando as fronteiras]

sim, é isso mesmo!

eu cheguei a minha maneira, como quem não quer ser visto. achei uma cadeira, e logo me sentei. colombinas apaixonadas, em coro cantavam assim: “... um pierrot apaixonado, que vivia só cantando, por causa de uma colombina, acabou chorando, acabou chorando. a colombina entrou no botequim, bebeu, bebeu, saiu assim, assim, dizendo: pierrot, cacete! vai tomar sorvete com o arlequim! um grande amor tem sempre um triste fim, com o pierrot aconteceu assim: levando esse grande chute, foi tomar vermute com amendoim!...". sentada a observar, fui sendo invadida pela melodia e também pela harmonia que reinava naquele espaço, onde o que temos de mais valioso é imortalizado. quando a música acabou o rei momo entrou em cena com o tom grave de um poeta nato e uma postura de quem sabe se deixar levar pelas ondas da emoção. ele cantou e declamou belas palavras de alegria. a festa rolava e a maioria dançava, quem não tinha esse desprendimento, batia palmas ou mesmo balançava os pés, era inútil tentar controlar-se, pra não dizer impossível. e eu ali, batendo palmas e pensando como entraria em cena, observando risonha, cada verso, canção, texto, frase, que naquele microfone ganhava cor, luz e confetes sem fim! um arlequim saltitante me puxou pela mão, me deu uma máscara e me introduziu naquele espetáculo. comecei a desempenhar meu papel no improviso, falei ao publico atuante com meu coração e ganhei sorrisos, apertos de mão e beijos infantis. a cada acontecimento meu coração sorria mais. a guitarra, o bumbo, a caixa, o pandeiro, as vozes em coro me levaram durante aquela tarde para um mundo onde o belo é celebrar, é compartilhar, se misturar e honrar aquela pedra endurecida que dorme em cada peito. fui embora com o coração cheio de agradecimento e com uma vontade imensa de gritar: viva a cultura popular brasileira!!!!!!!!!!!!!!!!!

i'll fix you, lamp

uma luz sem força piscou pra mim,
levantei os olhos surpresamente
e fiquei fitando-a,
tentando compreender algum significado.
fiz mensão de responder,
mas, me contive
e continuei fitando-a,
tentando entender entre aqueles fracos feixes.
...

"when you try your best but you don't succeed
when you get what you want but not what you need
when you feel so tired but you can't sleep
stuck in reverse"
(cold play)