Eureca

E a questão agora é encarar-se como o seu sonho realizando-se em si mesma.

Bom dia!

Com os peitos na mesa
encarei aquele homem
escondido na altivez velhaca
que carregam os conformados.

Indaguei com ousadia
sua postura endurecida
parecida a troféus inúteis
exibidos em prateleiras.

Confrontei seus versos sacis
com a paranóia criada
a partir de homônimos
correndo de dentro de mim.

Busquei em seus bolsos
alguma poeira levantada
que me fizesse acreditar
que ele tinha tentado sair dalí.

Estendi minha mão esquerda
estiquei a manga lateral direita
e propuz uma trégua vermelha
pra que brotasse a flor.

Já que o tempo passa...
E a mão esticada dói...

Decidi me levantar
e apliquei a última cartada
sem seu mísero consentimento
explodi meu gozo na sua cara apática
embalado por ecos
de cantos vindos de longe.


Polidez desnecessária

Rasgar o azul que tudo envolve
Explodir o amarelo que tudo vê
Mergulhar no branco que tudo dissolve
Borbulhar no preto que tudo sê

Sombras não encobrirão
o fervor do amor.