Que eu não quero me trancar

Das variantes possíveis para tal devaneio
me tocou aquela que diz
fundindo-me em mim mesma
eternamente de um ponto a outro
como viga maleável
deslizo

desabando pedras fortes
abrindo portais
junto os pedaços que lembro
são meus próprios pensamentos
que me levam sem doer

encaro com aperto
sem temer o que virá
é o ciclo menina
que não para de rodar
não se assuste e não tema
que o passado aí está
ninguem tira, ninguem muda
pode calma ficar

todos sabem
não é preciso falar
a memória registrada
não vai se apagar
tenha fé e entenda o tempo
ele pássa sem parar
atente-se só no detalhe
ele chega sem avisar
dá a corda que ele precisa
infinta de puxar
e salte por essas vigas
que não param de pulsar.