melancolia

um constante medo
de escolher,
do que ser,
de ser quem não sou,
de ser quem eu fui.

circunstanciais fugas para um esconderijo interior,
buscando fundo o que não consegue ser livre.
lendo e escutando pra sentir bem fundo
e descobrir alguma coisa, que, ainda emocione.
ironias de um coração que já não chora
e vive a fugir de um possível naufrágio.

sem anéis

pra saber qual direção,
não quero ouvir perguntas,
estou sem respostas pra ocasião.
fazer as coisas certas,
é caretice que não presta,
e surpreende o rebelde.
joga-o pela terra,
iguala-o aos demais,
numa briga de foices,
onde cabeças vão rolar.
o clichê comprova um fato,
que o revolucionário não quer ver,
é o sentimento de conforto,
que alerta de outrora,
hoje toca moda de viola,
numa casa no campo.
assiste como um santo,
vê a guerra do alto da serra
e o impulso de se atirar,
já não faz movimentar.
esse saturno volta e faz,
a balança bambiar,
num instante é o sim,
logo mais, o não também.
e, para os que gritam por conforto,
a liberdade é pra outros gostos.
essa esfera escorregadia,
sem aneis pra apoiar,
suas garras vai solicitar.
e o caminho trilhado,
as marcas vão mostrar,
depois que retornar,
enxergar e decidir,
o que te faz feliz.

socorridos os susurros, os desejos são novamente comprimidos...

meu olhar que olha hoje, olhou ontem também, e era seu.
meus suspiros que agora arrepiam, em outro segundo arrepiarão também, e serão seus.
letras riscam minhas dores e lamentos,
e as suas, sinonimas palavras, 
riscam semelhantes desejos.
diferenças sutis na maneira de pedir socorro.
magia de ser quem não se é e estar quando não se é chamado.
movimentos, da vontade que circula, com leviandade,
levados artifícios, que confundem as intenções
e não tem mais peso, já estão no coração.
está na cara e no verso que são versões gêmeas,
siamesas por um lado, antagonicas por outro.

... preciso de àgua.

o tempo atual

vendo meus dias passarem tão rápidos,
que já nem sei que dia é...
já nem sei se quero,
ou se não quero,
eu apenas vou.
quando não há tempo pra sentimentalismo,
a essência é que encoraja.

ainda, há espaço para o amor?

sexo sem compromisso,
amor sem grilo,
e o coração?
bate forte.

a beleza de ser o que é

você esta sem vaidade!
achas?
sim, antes se cuidava mais, se arrumava mais, era mais bonita.

passando a limpo

tem muito rascunho nessa merda,
pouca página concluída.
muito a ser dito,
pouco saco de dizer.

sai daí

me tira de casa,
me leva pra sua cama,
pra que eu esqueça
que a vida não é mole
e que eu to dura.

ele é fugitivo, ele é fugitivo!

tem medo que toquem o seu coração,
corre... pega o fujão, pega a fujão!

meu corpo involuntário de mim

eu não estou, mais, aqui.
estou invisível,
não exalo calor,
não coloro o ambiente,
meu tempo, aqui, acabou.
minha mente vaga em outros cantos,
e agora, neste canto não caibo mais,
o encantamento canta noutros, e(n)cantará.

delia steinberg guzmán

"o coração

os antigos egípcios explicavam que os mistérios se intuem ou se percebem com o coração, esse coração especial que constitui a alma humana. extraí do livro o mundo mágico do antigo egito, de christian jacq, as seguintes palavras: "...o centro das percepções mais finas é o coração. não é o orgão em si, mas o centro imaterial do ser..."
o coração nos permite sentir unidos com a natureza inteira, com todos os seres, e perceber uma mesma energia em tudo e em todos, ainda que adaptada às diferentes formas e circunstâncias. deste modo, é mais simples entrar em contato com o próprio espírito, com deus, e romper as terríveis barreiras que, a partir da mente, separam a vida da morte. a energia é uma só, e permanente."

ana paula maia

"na literatura, ou em qualquer outra arte, só se faz o que pode, não o que quer. caso contrário, teríamos vários machados e guimarães."

a(c)alma

eu quero a calma dos cansados
e os suspiros dos que dormem. 
é a pausa que me interessa!