millôr

"quem sorri sempre ou é um idiota total ou tem a dentadura mal ajustada."

paulo leminski

"isso de querer ser exatamente aquilo que a gente é ainda vai nos levar além."

um cara desalmado

na secura de noites frias, procura um corpo quente que o envolva. como um vampiro faminto, vai em várias direções. insatisfeito, procura de uma chama que o incendeie, momentaneamente, junto nele, tão intenso, quase dele.
descrente de valores puritanos, não se apega a nada, só ao seu troféu pulsante e duro, como ele próprio.
a goles e trotes vai seguindo, distribuindo seu charme por onde passa, convencendo, apesar do sangue frio capaz de esfriar qualquer sangue quente. pulsação de gritos internos,
carnes, vísceras, pele, numa devoção de alma inteira...

e você, tem fome de que?

amizade com o tempo

do meu lado,
eu tentarei ser mais paciente.
buscando as idéias,
no seu devido momento,
sem acumular.

do seu lado,
eu espero ser curada pelo esquecimento.
esperançada pelas novidades,
a cada momento,
sem acumular.

palavra de honra dada,
mãos apertadas.
um acordo que inicia,
uma esperança que leva,
um fim que só se espera...

olha, eu não sei, se eram os antigos que diziam...

sou o que posso ser,
não quero me explicar
nem me fazer entender.
uma vontade de chorar, contida.
uma vontade de amar, rejeitada.
um impluso de viver, fraco.

você não me leva a sério,
parece ser fácil de entender
pra você, não pra mim.

li meus sentimentos pra você,
você leu os seus pra mim,
talvez cedo...
sentindo, sigo
sem vontade,
talvez tarde...

com a certeza de que eu tentei,
viver o que dentro de mim nasceu,
mas, não chegou a florescer,
faltou água.

acordei mas ainda sonho

sonhando,
acordei,
aérea,
flutuando,
levitando
nas nuvens...
vertigens,
belo sonho,
belo dia,
bom dia!
sem palavras,
só sorrir...

seguir

sonhei
com ti, 

sentir.
tentei,
não consegui,

perdi,
sofri,
e segui.
mudei,
quero ainda,
e sem ti,

contive.
não perdi,
pelos menos,
aqui,
dentro de mim!