um homem cheio de ilusões que ainda acredita em tantas coisas

ilusões que eu peguei e guardei
na esperança que um movimento
colocasse pra fora o que ha dentro
acreditando que haveria entendimento.

um dia de repente bateu um vento
levou minhas roupas e meus documentos
e esperançado por esse envolvimento
continuei nu como um rebento.

desde então corro pelado por aí
fugitivo nessa terra de mal-entendidos
talvez um dia você me encontre
por favor não fuja de mim.

demodê

rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia rebeldia mas de última hora é no clichê

o circo chegou!

a lona está montada,
inspire-se e expire-se,
o palco é seu,
ocupe o espaço,
preencha-o,
fale o que quiser,
exemplifique-se, 
parabolise-se,
se faça entender ou confunda-se-lhes.
o altar é seu,
o público vê mas não enxerga,
ouve mas não escuta,
sente mas não concebe,
sinta-se livre,
à vontade.
a casa é sua,
aproveite seu tempo,
porque os olhares podem se perder,
a qualquer momento.
há qualquer tempo!

gritos

querendo ver pra crer, e crer pra ser
era isso que ela gritava, eu ouvia, mas não fazia nada

diz pra mim

que é assim
que está aqui
sem desculpas
nem falsos motivos
pra me ver
saber de mim

maria gadu

"vamos dividir as palavras, os gestos, os anseios, as carências... dividir os frutos, os acordes... a solidão..."

expectativas

é preciso guardar consigo um pouquinho, uma porcentagem que traz segurança. um bom lugar para estar no momento, esse talvez em que o sucesso seja sonhado, esperado. boa sorte, também, apesar de ser uma constante companheira. cheguei muito cedo, são 8h25, o horário inicial da aula é as 9h. estou ansiosa, aqui, sentada e aguardando alguém aparecer. apareceu, vou lá... agora já estou dentro, junto com uma outra pessoa que também chegou cedo, aluno como eu. balões estão sendo colocados na sala de exibição, o cinema. a caixa preta capaz de te introduzir num mundo imaginado e criado. um início de sonho. corpo em movimento, olho na engrenagem. velocidade um pouco acelerada, buscando a constância. eu estou na primeira fila e quero continuar aqui até o final do filme.

esperando uma resposta, um papel que pode mudar o curso de uma vida. será que ela sabe o poder que tem nas mãos? a conversa de ontem, que foi um marco, quer dizer algo sobre hoje? minha falta de sono, insônia, reflete meu estado de mãos atadas, ansioso. dependo da boa vontade de outras pessoas, mereço isso? café pra relaxar, café pra energizar, curto circuito. algumas opções pra chegar a um objetivo. eu não sei o que fazer, talvez não haja mais nada a ser feito, só esperar, ter calma, respirar... dúvida, insegurança, estado de apatia, calor, dor de cabeça, vontade de gritar, suor. dois dias na semana tabom? e se eu não conseguir? se o plano der errado, continuarei a vir aqui? preciso encontrar algo em que possa ser útil pra ter um sentido, porque sem sentido não dá. confiança em dois pilares. o marco nunca será esquecido, independente do fim que esse filme tiver.

algo surreal aconteceu. virou real naquele momento e mostrou que existe. sem explicações, motivos nem pedidos. entre pensamentos incessantes que faziam com que o corpo não achasse uma posição na cama, na rede, em pé. o vai e vem era inevitável, não tinha como desligar o botão e se entregar aos braços de morfeu, era impossível, nem mesmo o cansaço dava conta de adormecer o leão. veio a ideia de tomar um tranquilizante pra amansar a fera, mas, não há remédio que dê jeito em quem é de pedra. foi muito longa aquela noite, que passou, anunciando um novo dia que foi também muito longo, como não era há muito tempo. tanta energia foi gasta, entre, teoria e prática. ao fim do dia, já não era nada além de trapos amassados. como foi bom, uma ruptura de paradigmas. pra recuperar da odisséia mais de dez horas foram necessárias. como foi bom, uma reestruturação de sonhos. a partir disso os dias começaram a seguir seu caminho rotineiro. dias que eram como barco embriagado ao mar, hoje são iniciados com o despertador. o que fazer com aquela lista de mais de vinte itens? esperar, culpa da esperança que vê uma chuva de possibilidades. aproveitando porque chegou e aguardando o desfecho desse filme.