quero ser flor, ter cor, ter cheiro, ter toque...

no meu mundo onírico, sou princesa!
aquela rainha antepassada, me pede sempre, pra parar de voar.
eu tento escutá-la e entristecida, desisto de amar.
e viver desse jeito,
sem saltos no ar,
seria a morte,
pra quem só sabe boiar!

talvez, esse seja o momento

eu gosto de unanimidades,
mas a unanimidade é burra.
aja duas vezes antes de pensar,
eu gosto do que é burro.
pela peneira dos pensamentos,
perdeu-se o sentimento.
virou individualização,
desunanimizou,
humanizou.

não busco mais

me vi no reflexo e não gostei, referencias perdidas.
no meu espelho inconsciente, me revelei em atos falhos.
repetição e incorporação, do mau querer.
força invisível de ecos de eus, não meus.
ilusão e incompreensão, identidades.

lentidão

na verdade, é tudo uma farsa, que eu percebi agora, depois dessa overdose de marmelada.
as verdades se misturam e os motivos se traem, e eu percebi somente hoje, depois dessa overdose de bananada.

here's the story of the hurricane

a música empolgante
e um intenso astral,
no ar impregnado.
as mãos balançam como ondas,
a liberdade corre nas veias,
e no vento da janela.
a comunicação começa,
os braços conversam,
como furacão.
rasgada a fio de seda,
a palavra engasgada é libertada.
brilha! assusta! inunda!
faces chocadas seguem para a direita,
faces chocadas seguem para a esquerda.
para os dois lados, partes, de uma ação conjunta,
partilhada no ar, no corredor sugador.
tornado torna, um ato, libertador!

cecília meireles

"não tem mais lar para o que mora em tudo.
não há mais dádivas
para o que não tem mãos.
não há mundos nem caminhos
para o que é maior que os caminhos 

e os mundos.
não há mais nada além de ti.
porque te dispersaste…
circulas em todas as vidas
pairas sobre todas as coisas 

e todos te sentem
sentem-te como a si mesmos 

e não sabem falar de ti."

foi assim

não quero ser o que não sou.
procuro ser o que não sei.
tudo perdeu o sentido,
havia alguem?
só os publicaveis merecem ser vistos,
se é que me entende?
amanhã tudo será vertigem...
tudo aquém.

a única

essa é a minha verdade: eu nunca quiz!
por favor, acredite, sou eu quem diz!

meu querido diário

hoje, transei com um desodorante.
foi ótimo, mas, depois que gosei, joguei-o pela janela.
afinal, melhor um pau voando do que dois na boca.