as vezes

eu preciso estar ali
e eu estou ali.
remoendo-me em mim mesmo,
meus sonhos,
meus desejos,
meus impulsos,
tudo tão meu,
que não faz sentido algum,
pra mim, estar ali.
encho-me até a tampa,
com tudo aquilo que sempre quis.
pistas que me beliscam fundo,
sinais de que é bem por ali mesmo.
luto contra,
invejo, critico, atrapalho,
e como pelas beiradas.
tentando entender
que é para eu estar ali,
mesmo que estando,
ainda duvide,
que trará algum resultado
que causará algum efeito.
expressão pelo olhar,
que não é fácil de identificar.
abra os olhos bem arregalados
e projeta o que a boca não consegue falar,
na sua tela de sombras e luzes...