rosas amarelas

ela queria flores e cores, seus galhos pendiam, pediam. aquelas eram reflexões de uma vida que seguia, reconhecimentos esquecidos em alguma parte desses quatro anos, guardados tão bem que achavam-se perdidos. carregava dentro de sí todas aquelas respostas, estava salva e poderia seguir sem medo e sem documento. não temeria mais aqueles fantasmas futurísticos, vestidos de neon. tinha flores nos galhos, seus braços estavam carregados e as pernas já eram firmes e duras, continham a firmeza de seus vinte oito anos. raiz grossa e funda. não temia mais, pois, tinha lembrado-se dos abraços e beijos recebidos e guardados na epiderme. todos aqueles, tantos carinhos que transbordou e reviveu com amor, recebeu novamente. não fez cara feia como era de praxe, os seus sabiam que aquilo era só disfarce, ela carregava o amor do mundo. e as vezes pão dura escondia, temendo que acabasse. lembrou, também, que uma vez amado, ama-se pra sempre e pode respirar com leveza, sentiu-se em casa, estava feliz, sorria pra sí.