sem danos permanentes

incrível essa capacidade de entender,
ou, pelo menos, tentar compreender o outro,
qualidade bonita de ver, de ter...
a tríplice aliança começa e se formar,
entre eu, você e nós.
o raro começa a florescer em nossos peitos,
a chuva alimenta e o sol faz crescer,
brilhando o reflexo de um no outro.
como é bom misturar temperos,
carregar de verdade a voz,
acompanhar o olhar, 
suspirar ao toque,
arranhar o ar com gargalhadas emolduradas por aspas.
emocionar-se com retribuições, inundamento...
dançar na cadência de um rock'roll progressivo,
em um palco romantizado com orquestra sinfônica.
filmamos nossas cenas, encenamos bobos,
querendo o querer, compartilhamo-nos.
com o risco displicente de deixar-nos seduzir.