dá o mote, poeta!

dentro da solidão que tanto falas
fecho o rico peito e vou com pesar
olho em volta toda essa discórdia
que insiste malvadamente se instalar.

vem a raiva inimiga dos tontos calmos
pega carona senta na janela e pede um atalho
salta na esquina do longo engarrafamento
deixa meu rumo sem um pingo de paradeiro.

dias tristes estes do solitário
que se engasga em goles de fogo alto
sopra fumaças verdes de enxofre
finge inconsciente que é o rei da corte.

isso não é drama tampouco gana

queima o peito tal qual a fama
é inconsequente feito adolescente
tem a alma dos sobreviventes.