milton nascimento e márcio borges

a sede do peixe (para o que não tem solução)

"para o que o suor não me deu
o fogo do amor ensinou
ser o barro embaixo do sol
ser chuva lavrando o sertão
qual aleijadinho de sabará
e a semente das bananas
para o que não tem solução
a sede do peixe ensinou
não me vale a água do mar
nem vinho, nem glória, navio
nem o sal da língua que beija o frio
nem ao menos toda a raiva
para o que não tem mais razão
a calma do louco ensinou
a dizer nada
para o que não tem mais nada
a calma do louco ensinou
a dizer razão"