chegar em mim

eu quero que os pentes que me penteiam, sigam outros fios soltos,
quero que meu sopro, embarasse outros fios soltos.
meu coração chora e clama por ti,
que nem sequer lembra de mim.

eu quero os barcos desvairados dos que clamam por rumo,
um rumo absurdo que proponho sem fluxo nenhum.
meu coração chora e ora por ti,
que nem sequer sente por mim.

eu quero os afagos apertados que se curvam a cada tropeço,
num supiro profundo de quem ama e no fundo não ama mais que um só lacremejo.
meu coração chora e dorme por ti,
que nem sabiá quando canta, fagulha em mim, querento-te.