sem anéis

pra saber qual direção,
não quero ouvir perguntas,
estou sem respostas pra ocasião.
fazer as coisas certas,
é caretice que não presta,
e surpreende o rebelde.
joga-o pela terra,
iguala-o aos demais,
numa briga de foices,
onde cabeças vão rolar.
o clichê comprova um fato,
que o revolucionário não quer ver,
é o sentimento de conforto,
que alerta de outrora,
hoje toca moda de viola,
numa casa no campo.
assiste como um santo,
vê a guerra do alto da serra
e o impulso de se atirar,
já não faz movimentar.
esse saturno volta e faz,
a balança bambiar,
num instante é o sim,
logo mais, o não também.
e, para os que gritam por conforto,
a liberdade é pra outros gostos.
essa esfera escorregadia,
sem aneis pra apoiar,
suas garras vai solicitar.
e o caminho trilhado,
as marcas vão mostrar,
depois que retornar,
enxergar e decidir,
o que te faz feliz.