saudade bandida

eu queria beijar a saudade e despedir-me,
deixando-a uma canção e um adeus.
dizer que as lembranças que ela traz, não fazem bem
e que é cruel ela aparecer toda hora.
eu queria gritar pra saudade, que ela é bandida,
rouba alegria, tempo, brilho e traz lágrimas.
dizer que ela não é bem vinda,
que não quero vê-la nunca mais.
vomitar as palavras que tenho guardadas,
seguidas de um grito de adeus.
mas ela é cega, surda e se esconde onde ninguém a vê.
bandida que é, não recebeu meu beijo e não escutou meu grito,
e ainda, continuamente-sem parar-insistentemente,
vive sussurrando ao meu ouvido.